31.12.07

blogHUD!


blogHUD é o meu mais recente gadget em Second Life!
Desenvolvido por Koz Farina, define-se como "um sistema de blogging para residentes em Second Life"!
"blogHUD é uma ferramenta que permite publicar desde Second Life e cruzar textos ou imagens com o seu próprio blogue ou base de imagens. Possibilita ao utilizador editar facilmente uma entrada em bloghud.com. Com uma conta PRO (900 L$) pode ainda enviar a entrada para um blogue externo, desde que o servidor o permita. As entradas são enviadas com um mapa do local donde foram enviadas em Second Life, juntamente com RSS para partilhar com os amigos..."

Lembram-se da 'conversa' da convergência e da interoperabilidade? Voilá!
Na primeira foto estava na 'ilha' da Universidade do Porto com o HUD activo.
Enviei um 'postcard' para bloghud.com com uma foto e uma mensagem, e podem ver que ficou registada no meu respectivo blogue.

Apesar de ter uma conta PRO, ainda não fiz a ligação a este blogue.
Mas para 2008 fica a promessa de começar a editar algumas entradas directamente desde Second Life para Discursos do Outro Mundo!

Bom Ano para todos ;)

A Segunda Vida de Second Life


Em 2007 Second Life viveu a sua ‘segunda vida’! O ambiente virtual ‘da moda’, começou o ano com 2,2 milhões de registos, e termina 2007 com 11,5 milhões de ‘residentes’!


Uma pequena empresa californiana criada em 1999, lançou em 2003 a versão beta de um ‘mundo virtual’ com o nome Second Life, e com o claim Your World. Your Imagination.” Longe de pensar na confusão generalizada que tal nome iria criar, a Linden Lab Inc. viveu, quatro anos depois (e por ironia da metáfora), a sua própria ‘segunda vida’.

A proposta (utópica?) de criação de um ‘mundo’ detido pelos seus residentes, trouxe à memória dos mais avisados o conceito de metaverse de Neal Stephenson, e fez salivar milhões de ciber-utilizadores, cansados de uma Web esclerosada e ávidos de… liberdade!

A mediatização exagerada do fenómeno deu azo a 365 dias de especulações sucessivas, de investigações académicas, de conflitos institucionais, de enquadramentos legais complexos,…

Como se, de repente, o usufruto do ciberespaço tivesse ganho outro sentido e um aspecto físico plasmado no ecrã e perceptível por milhões de curiosos.

E o nome do ‘tal mundo’ tratou de gerar a confusão: uma segunda vida, numa leitura simplista, sugere a procura de uma existência alternativa. Daí à fuga à realidade, foi um passo…

O ano começou com a divulgação da notícia do crescimento de mais um jogo online, e, para os menos crentes ou menos informados, termina tal como começou: Second Life é um jogo (ainda que sem história nem objectivos)! Ponto final!

(para os leitores nestas condições, o resto desta crónica deverá ser pouco interessante)

Prosseguiu com escândalos: negócios de ‘jogo’ sem legislação, pedofilia, actividades ilícitas. O negócio do ‘jogo’ mandou-se fechar por ordem superior (pelo menos em casinos organizados); a pedofilia não é coisa que se feche, investiga-se; as actividades ilícitas vagueiam pela carência de uma definição concreta do conceito, e, como tal, averiguam-se…

A verdadeira ‘febre’ começou com a divulgação mediática de acontecimentos, de coisas, de gestos… desde que inéditas e transportadas da vida real para o mundo virtual.

Second Life encheu páginas de jornais e revistas, ocupou espaços de tv e rádio, foi notícia por ser… novidade. Os media trataram de levar o projecto da Linden Lab pela mão a uma exposição impensável num passado recente. Nem sempre bem informados, quase sempre pouco rigorosos, os jornalistas e especialistas em tecnologia foram, em 2007, os melhores funcionários da Linden Lab, sem direito a prémios nem subsídios.

As multinacionais elegeram Second Life como ‘a’ plataforma a explorar, transportando para o metaverse propostas sem sentido decalcadas das estratégias de marketing aplicadas na Web. Mais importante do que entender os novos paradigmas de comunicação que cresciam na rede virtual, parecia ser dar um ar de modernidade com a tecnologia a reboque.

No meio do bombardeamento de (des)informação (em Portugal, durante este ano, terão sido publicadas cerca de 1100 notícias sobre Second Life, nos diversos meios, sem contar agências noticiosas e informação regional), o ‘mundo’ virtual da moda foi crescendo e amadurecendo, uma e outra inversamente proporcionais. Aos períodos de crescimento mais acentuado (entre Março e Setembro) correspondeu uma menor maturidade da ‘vida virtual’, com milhões de almas a registarem-se, a ‘entrarem’ uma única vez no ‘mundo’, e a nunca mais voltarem… desiludidas com a falta de objectivos propostos ou com a pretensa complexidade de navegação. Estava assim criado um território fértil para a guerrilha de informação, com vaticínios de morte súbita do projecto, de falência dos investimentos empresariais, de potenciais comportamentos desviantes, de mentira ou de esquizofrenia pandémica.

A redução no crescimento de Second Life, mais acentuada no último trimestre do ano, parece indiciar o início de uma fase de maturação em que Second Life se encontra mergulhado. Cada vez mais é visível que quem ‘sobreviveu’ à ‘bolha mediática’, sabe o que quer na sua ‘segunda vida’, e essa clarividência transporta consigo qualidade e inovação.

Estima-se que cerca de 8 a 10% do total de registados sejam utilizadores activos de Second Life. Mas apenas umas poucas dezenas de milhar serão os obreiros de um mundo inóspito concebido na empresa californiana. Os servidores da Linden Lab acumulam projectos, massa crítica e muita dedicação de uns prováveis 0,5% dos utilizadores registados.

Por coincidência, o ano civil de 2007 permitiu delimitar um ciclo de vida específico de Second Life. A proposta lançada em 2003 (‘Your world. Your imagination.’) foi, em 2007, levada à letra. A inocência da metáfora da ‘segunda vida’ sugerida pela Linden Lab no início do século, transformou-se, afinal, na representação ‘terrena’ de uma frase idealista.

Resta, para o futuro, a certeza de que o conturbado percurso de Second Life no ano que termina, serviu para repensar e reequacionar o ciberespaço e os paradigmas de comunicação online. A recém-autocrática Linden Lab (com milhões de objectos nas ‘mãos’ criados por dezenas de milhões de pessoas), parece condenada a ‘liberalizar’ o metaverse para sobreviver: é o que faz dizer à malta para construir um ‘mundo’ à sua imagem e semelhança!

Não há nada como uma boa crise existencial para crescer!

(crónica publicada no suplemento Digital do jornal Público em 29 de Dezembro 2007)

28.12.07

Uma colonoscopia virtual a Bush

Quem é Christophe Hugo? Ao certo, ninguém sabe...
Entrevistado pelo Metro International quando o seu avatar vestia a pele de uma caricatura de Ségolène Royal em Second Life, o avatar de Christophe já foi caricatura de Jesus Cristo, de Pinochet,..., e agora de Sarkozy.
Ao que parece, Christophe Hugo é o pseudónimo de um caricaturista amador francês, professor no Canadá, e que adora as caricaturas 3D. "É simplesmente mágico. Bem melhor que a Internet 2D...", afirmou ao Metro.

Se vos falar de Caricavatars, talvez o nome já vos diga algo.
É um espaço em Second Life onde Chistophe reside quase em permanência, e onde dá asas à sua imaginação delirante, sobretudo caricaturando políticos franceses e figuras públicas internacionais.

Numa das minhas visitas a Caricavatars, descobri umas das propostas de Christophe Hugo:
"Na pele de Sarko... já é bom! No cólon de Bush... é ainda melhor!"
A 'construção' de Christophe é um intestino gigante, supostamente o de Bush, onde se propõe uma visita virtual pelo interior do dito. Uma espécie de colonoscopia virtual ao Presidente...!

Não resisti à visita, e transformei-me num daqueles utensílios que se introduzem no cólon dos pacientes para visitas de rotina, ou para diagnósticos mais complicados (na verdade, no meio da visita Christophe contactou-me avisando que deveria 'encolher' o meu avatar para poder seguir devidamente tão tortuoso percurso!).

Bush abriu-me 'a porta' com uma expressão de pavor no rosto.
Daí em diante, o diagnóstico veio a revelar-se negro: uma série de pólipos ao longo do cólon não auguravam nada de bom ao seu 'proprietário':

Pólipo #1: "Os advogados de Bush manipulando a eleição de 2000"

Pólipo #2: "O discurso 'Missão Cumprida' de 2003"

Pólipo #3: "As mentiras sobre as armas nucleares no Iraque"

Pólipo #4: "Um caso grave de amnésia"

Pólipo #5: "Proibição de investigação celular"

Pólipo #6: "Levar perús aos soldados no Iraque, e trazer os soldados de volta em sacos como aves mortas"

Pólipo #7: "Em 2007, 48 milhões de americanos sem seguros"

Pólipo #8: "Ser forte com os criminosos (com algumas notáveis excepções)"

Pólipo #9: "Levar a reputação dos E.U. a um novo nível"


Et voilá! A 'viagem' chegou ao fim!
A minha primeira colonoscopia virtual pelas 'mãos' de Christophe Hugo em Second Life!

Kukuxumusu

De vez em quando perguntava-me: "estranho não encontrar por aqui a 'pandilla' da Kukuxumusu!" Dei com eles!
Estão neste espaço em Second Life. Apesar de não terem muitos dos seus brilhantes produtos inworld, sempre dá para ficar com a t-shirt das Festas de San Fermin em Pamplona!

26.12.07

Nada como um 'mundo' aos quadradinhos!

Na sua habitual crónica 'Por outras palavras', no Jornal de Notícias, Manuel António Pina falava de 'O "lifting" nacional':
"Com uma campanha de três milhões comprada a uma agência de publicidade, o Governo quer apagar - vem no texto de apresentação da campanha - a imagem de "subdesenvolvimento, iliteracia, corrupção e recorrentes indicadores estatísticos de miséria" de Portugal. O Ministro da Economia é um 'homme du monde' e, para milagres, não vai ao Professor Karamba, vai a uma agência de publicidade. Em vez do "Abracadabra" do Professor, a agência pronuncia as palavras mágicas "West Coast of Europe" e o país transforma-se de um momento para o outro em (ainda a crer no texto de apresentação da campanha) "surf, qualidade de vida, Hollywood, criatividade, entretenimento, Los Angeles, S. Francisco, Las Vegas, Silicon Valley"..."

Mais ou menos na mesma altura em que o cronista do JN escrevia estas linhas, Jonathan Togo (o Ryan de CSI) promovia a Sacoor Brothers a caminho de Portugal para passar o Réveillon, e afirmava (segundo a revista flash!):
"Estou preparado para descobrir tudo o que há para saber sobre Lisboa. (...) Sei que Ibiza é em Portugal, portanto isso é um bom sinal! Estou à espera de comer muita paella. Além disso nunca conheci um português de quem não gostasse. (...) O Cristiano Ronaldo éportuguês?!..."

Possíveis explicações para tamanha confusão:
- J.Togo ainda não viu a campanha descrita por M.A.Pina
- a agência responsável pela campanha vendeu-a primeiro aos espanhóis e nós comprámos a dita por três milhões e em segunda mão
- o Ministério da Economia não está a conseguir 'vender' essa da 'West Coast of Europe', e baralha ainda mais os americanos
- com uma carta de apresentação a falar de "Hollywood, Los Angeles, S. Francisco, Las Vegas, Silicon Valley,..." não há Togo que resista! Até nós, portugueses desde sempre, ficamos um bocado confusos

Para eliminar estas confusões geo-territoriais... nada como um 'mundo' aos quadradinhos!!!

(ainda fará sentido o 'espaço de lugares', ou embarcamos no 'espaço de fluxos' de Manuel Castells?)

Expectativas para o Novo Mundo

Gary Hazlitt filmou e capturou este presente de Natal, e explicou:

New World Expectations - Seventh Heaven ‘Windlight’ Machinima
"No meio da compilação que estive a fazer no final do ano de alguns dos meus projectos, resolvi visualizá-los com o Windlight viewer de Second Life. Com um improviso de piano e guitarra, produzi um clip que aponta para um futuro 'brilhante' de Second Life em 2008."

Os improvisos de piano e guitarra são de Gary Hayes.
Todos os edifícios e modelação são de Gary Hazlitt (alguns ainda em desenvolvimento).

(uma versão de média resolução MP4 com 95MB, e 640x480 está disponível em http://www.justvirtual.com/)




A Just Virtual Video Production © Gary Hazlitt/Hayes 2007

25.12.07

Segundos Sentidos

(quaisquer semelhanças com outras estórias não são coincidência)

Minnie Zabaleta sabia de solidão. Era quase especialista na matéria. Aprendera não só a lidar com ela, mas a usufruir de um descanso metafísico. Balançava as ideias nas ondas da quietude, sem movimentos estranhos que lhe perturbassem a paz. A pureza do sentimento nascera da necessidade de se abstrair da presença de seres multiformes e multicolores que a cansavam cada vez mais. Em ruídos se transformaram. Ruídos sonoros, visuais, até ideológicos.
Minnie recolhia-se no seu estado de pureza mais recôndito, na esperança de alcançar a sublime tranquilidade de uma paisagem desnuda. Qualquer pequeno ruído, ou o mais ínfimo cintilar de cores fortes, provocavam a sua ira e aumentavam sua vontade de se esconder daquele mundo.
A solidão de que a acusavam diariamente, era a sua sabedoria. Num mundo de gente desbocada e que comunicava a qualquer preço, sentia-se privilegiada. Sem obrigações de palavras, gestos ou atitudes para quem se assomava com presunção. Cada minuto passado na sua redoma eram eternos e esculpidos a cinzel na sua memória.
O deleite do anonimato encantava-a, pela possibilidade de se isolar da vida, sem variações de humor nem interacções indesejadas.

Nos camarins do Teatro Nacional de S. Pedro, Giulia Macina contorcia o pulso direito doloroso e dava o seu quadragésimo quinto autógrafo da noite. Depois de duas horas de espectáculo, a voz cansada de uma ópera de Verdi, Giulia desdobrava-se em sorrisos fabricados e em gestos estudados de simpatia. Mal teria tempo para se preparar para festa de encerramento que se seguia, onde centenas de admiradores tentariam aproximar-se, tocar-lhe, beijá-la ou apenas cruzar um olhar.
Giulia programava cada segundo diariamente com a sua agente, numa monótona rotina social que a enjoava.
Entre o camarim e a festa, Giulia dispunha de duas horas de repouso e de tratamentos estéticos que a preparassem para brilhar. O brilho obssessivo de que fugia diariamente, permitiu que, numa escapada de dez minutos, mergulhasse na solidão do seu outro mundo. O da solidão. O que lhe garantia o equilíbrio emocional.
Ligou o portátil, voou para o seu mundo, e aterrou na infinita paz de espírito. Dez minutos!

24.12.07

Natal

Feliz Natal para todos!

23.12.07

Ilha da UP a votos

Tal como explicado por José Antunes no artigo do Expresso Online, com o título 'A West Coast virtual - O novo cubismo do Porto', a 'ilha' da Universidade do Porto está a votos!
As propostas dos grupos de alunos apresentadas, aguardam a visita de todos os residentes em Second Life para saber qual delas é a favorita.
Basta um 'teleporte' para aqui!

22.12.07

The American Way


Eleições na América são espectáculo! Aliás, o que não se transforma em espectáculo nos U.S.?
Um espaço em Second Life dedicado a promover múltiplas candidaturas, parece não ser nada assim tão invulgar...

Mas uma zona onde se podem adquirir t-shirts, paineis e bandeiras, e de cujas compras resultam hipotéticas sondagens... aí a coisa muda de figura:


À medida que as compras são realizadas pelos visitantes, os candidatos sobem nas 'intenções' de voto! Nem Hillary nem Obama aparecem bem posicionados, talvez porque as t-shirts de outros candidatos menos mediáticos sejam mais 'fashion'...

E como na 'terra prometida' dizem que vale tudo, porque não aderir à campanha 'Nobody President '08'?


The American Way versão SL. That's all folks!

21.12.07

Lâmpadas e árvores!


Para quem não sabe, "a Catalunha pouparia 240 milhões de euros por ano com uma utilização eficiente da energia!"
O elPeriódico.com publicou um artigo sobre a poupança catalã de energia, e o jornalista Agustí Sala explicou:
"Se as casas catalãs utilizassem de forma mais eficiente a energia, poupar-se-iam 240 millhões de euros num ano, ou o equivalente a iluminar 12 meses todas as viviendas do país. Este é o resultado do terceiro estudo sobre a matéria realizado pela Unión Fenosa, donde se depreende que o potencial de poupança energética dos catalães é de 8,75% do consumo.(...) No total, o potencial de poupança das casas espanholas foi de 1.646 milhões de euros, o equivalente à energia que permitiria iluminar todas as casas durante un ano ou que evitaria emitir o dióxido de carbono que absorveriam mais de 67 milhões de árvores.
(...) Dentro deste raciocínio, e ainda que a iluminação represente apenas 7,5% da factura energética das habitações, a Fenosa assinou com a Philips um acordo para oferecer uma lâmpada de baixo consumo a todas as pessoas que comprem um pack de duas. (...) Por outro lado, a empresa criou na web o site bosquevirtual.com, e por cada duas pessoas que completem o questionário de eficiência energética que se encontra na página, a companhia plantará uma árvore no mundo virtual Second Life e dará um euro à ONG Accionnatura."

O simbolismo da plantação da árvore relacionado com a poupança diária de energia, ainda se entende. Mas, confesso, esta da plantação da árvore em Second Life não me passaria pela cabeça!
Se as visitas ao site bosquevirtual.com forem muitas e com muitos questionários preenchidos, temo que o arvoredo no metaverse seja tão denso, que nem uma luzinha se verá no horizonte...

20.12.07

Izquierda Unida dá-se bem com SL

foto: El Mundo

"A Izquierda Unida continua a apostar em Second Life, o popular mundo paralelo na Rede", noticia o El Mundo. "Em plena pré-campanhaa para os comícios de Março, aumenta a actividade do avatar de Gaspar Llamazares."

Llamazares foi pioneiro como líder político espanhol ao organizar um comício em SL, e o seu avatar acaba de criar um perfil na mais recente rede social, ixerpa, uma rede destinada apenas a residentes em mundos virtuais, através da qual partilhará com os outros residentes de Second Life as suas fotos, videos e reflexões.

Como informa a Izquierda Unida, "através desta página o dirigente da coligação informará sobre a sua presença em SL, sobre a sua interacção com outros residentes e sobre a actualidade política."

Entre as actividades previstas de Gaspar Llamazares está a presença prevista do avatar de Llamazares num filme com destacados avatares-actores naquele que será o "primeiro vídeo de acção política realizado em Espanha em Second Life", segundo a informação da IU.
Para além disso, segundo a IU, nos próximos dias terá lugar um acto político da "máxima transcendência" que se relaizará pela primeira vez em Espanha, tanto no mundo real como virtual.

"A pré-campanha em Espanha começa a aquecer na Rede de um modo sem precedentes, muito mais interessante e activa, e sempre muito 'à frente'. As guerras de videos em YouTube percorreram a Net e voltam com mais força do que nunca, protagonizados tanto pelo PSOE como pelo PP. Este ano há novidades, e os candidatos dos principais partidos seguem a febre das redes sociais começada por Facebook. Enquanto o Partido Popular decidiu editar o perfil de Mariano Rajoy (que em apenas uma semana conseguiu 2000 'amigos'), o candidato socialista contava com um grupo de simpatizantes, Zapatero 2008, 'esquecendo' o seu perfil", escreve o El Mundo.

A presença dos políticos espanhóis nas redes sociais (já aqui noticiada) parece prosseguir até às eleições de Março. A Izquierda Unida, por sua vez, prefere apostar na sua presença em Second Life e na novel 'rede social de avatares'.
Llamazares dá-se bem com os ares do metaverse, e continua a voar na aposta mediática de 'ser o primeiro'. Como reagirão os eleitores? A ver, a ver...

19.12.07

> Search: 'University'

Às vezes gosto de usar o motor de busca de Second Life!
Mesmo sem estar à procura de nada em especial, é interessante ver o tráfego estimado pela Linden Lab em cada 'ilha' (uma ponderação entre o número de visitantes e o tempo dispendido em cada espaço).
Desta vez calhou serem Universidades... ou melhor: 'University' (já que usando 'Universidades' apenas apareciam instituições brasileiras e portuguesas).
Vejam lá a lista das 30 'universities' com maior tráfego no dia 19 de Dezembro às 16:30:

01 TUi Neo - Technical User Interfacing
02 Vulcano - University of Milano and Questar
03 Fermi Sandbox - University of Fermi
04 Vestibular Brasil - Mainland
05 ED TECH Sandbox - Boise State University
06 Living Utopia - Linux Italia - N.S. University (RPG)
07 Nuova Sicilia 2 - Universitá di Catania
08 Elon University
09 Unito - Universitá di Torino
10 Bowling Green State University Sandbox
11 Texas State University at San Marcos - Sandbox
12 Academy of Second Learning
13 eLumenata University Sandbox
14 TUi Cafe - University
15 Rockcliffe University
16 De Paul University - School of CTI
17 Fermi University
18 University of Hertfordshire
19 San Jose State University - School of Library and Information Sciences
20 UNINETTUNO - International Telematic University
21 UP, Universidade do Porto
22 Rockcliffe University - Classroom A
23 Bowling Green State University - Virtual Campus
24 Princeton University Student Island
25 University of Bedfordshire
26 University of Southern Denmark
27 Rockcliffe University - Classroom C
28 Science School - University of Denver
29 Sprott Shaw Sandbox - West Coast, Canada
30 Princeton University - main Campus

Notas:
- O tráfego da primeira 'universidade' da lista é de 18.134 e o da última de 398!
- A maioria da 'universidades' listadas referem a disponibilização de sandboxes (espaços de edição livre de objectos)
- Das 30 'universidades' listadas, cerca de metade são europeias, sendo a outra metade americanas (com a excepção de uma canadiana e de uma brasileira)
- A Rockcliffe University surge citada por 3 vezes (sandbox, classroom A e classroom C)
- Uma universidade portuguesa está nesta lista, a U.Porto

Mais notas poderão tirar certamente da visita a cada um destes espaços, mas (contrariando as palavras de Jeremy Kemp noutro post deste blog, mesmo sendo Kemp da Universidade de San Jose que se encontra nesta lista) parece evidente que o 'exemplar' modelo de réplica dos Campus Universitários americanos não vinga muito: será que o 'pessoal' prefere as sandboxes?
Ou, por outras palavras, o que desperta mais interesse será mesmo a possibilidade de construir livremente?

18.12.07

Cientistas portugueses em SL

Diva Canto já foi referida neste blog a propósito do projecto SL Browser (um gadget/motor de busca para Second Life).

Diva Canto em Second Life é Crista Lopes na RL, investigadora portuguesa e professora associada em Informática na Bren School of Information and Computer Sciences da Universidade de Irvine.

Em entrevista ao ocregister, Diva confessou a sua entrada em Second Life em Fevereiro de 2007, onde descobriu que a Física simplificada de Second Life está muito próxima das leis da Física do mundo real, e que SL pode ser usado como uma ferramenta de simulação mais económica para pequenas e médias empresas. "É uma alternativa de baixo custo aos programas de simulação mais sofisiticados usados por designers na indústria em grandes empresas como a NASA ou a Boeing", afirmou Crista/Diva.

Em Março, a cientista portuguesa começou a trabalhar no referido projecto SL Browser com William Cook, um colega da Universidade do Texas em Austin, terminando o motor de busca em Junho.

Em Maio deste ano, o interesse de Diva em Second Life 'levou-a' ao projecto SkyTran, um sistema de transporte alimentado a energia solar e que funciona com levitação magnética. A proposta foi da Unimodal Inc., uma empresa de Irvine, que trabalha numa rede de transporte com cabines suspensas para duas pessoas na cidade, num sistema semelhante para Los Angeles e num outro SkyTran que liga o norte e o Sul da Califórnia.
"Eram uma empresa startup e precisavam de ajuda", afirmou Diva. "Contactaram o Institute for Software Research da Universidade de Irvine, e eu segui o contacto."

Durante o Verão, Anton Popov e Lorraine Kan, estudante graduados, construíram a versão virtual do SkyTran na TechCoast, a ilha em Second Life detida pela Escola de Ciências de Computação da Universidade de Irvine.

"Eventualmente, a Unimodal quer construir um sistema para toda a cidade. Precisam de fazer uma simulação primeiro" diz Diva. O trabalho dos cientistas da Universidade baseou-se num "interesse puramente académico". " Não faço ideia se vai funcionar. Existem 50% de possibilidades de Second Life ser suficientemente bom para as simulações."

Um pequeno clip sobre o projecto SkyTran pode ser visto aqui.



Ricardo Morla
, outro cientista português em Post-Doutoramento em Irvine, trabalhou com Crista na Universidade americana, e trabalha na transferência da linguagem de programação de Second Life para um sistema Linux. Isso permitirá o controlo do software criado por Crista para o SkyTran virtual, que será usado num PC real para controlar o SkyTran real.

Entretanto Ricardo regressou a Portugal, e prossegue a sua actividade de investigação no INESC do Porto, onde orienta alguns alunos que trabalham em Second Life em processos de RFID (Radio Frequency Identification), por sinal na ilha da Universidade do Porto em Second Life.

Ricardo Morla foi ainda co-responsável com Paulo Frias pelo projecto UP.cube, um sistema de votação e acompanhamento de resultados em tempo-real ligado a uma base de dados na Web, e implementado na ilha da U.Porto.

17.12.07

The SL Shakespeare Company

The SL Shakespeare Company vai levar à cena Hamlet em Second Life!
José Antunes, do Expresso, já desenvolveu a notícia em pormenor.
Para quem não viu, não quis deixar de publicar o post com um clip de apresentação do trabalho da companhia:



A criação de robots (os avatares dos actores) permitirá a reconstituição da peça no cenário, também reconstituído, do Globe Theater, bem como a interacção com o público.

A iniciativa, e todo o excelente trabalho da The SL Shakespeare Company, é digna de assinalar, e permite a democratização no acesso a manifestações culturais por vezes demasiado fechados em públicos específicos. Por outro lado, constitui mais uma forma de aproximação da Arte aos mundos virtuais, desmistificando a ideia de que estes só se destinam a acontecimentos ditos 'menores'. Second Life tem revelado uma particular propensão para motivar este tipo de agentes da cultura em todo o mundo, fazendo prever que o seu processo de 'falência' existencial ainda vai demorar...

16.12.07

Jardins Suspensos


Revi os Jardins Suspensos, ou os 'sky gardens' como lhe chamam, na 'ilha' 100 Limite em Second Life.
A proposta é de Cat Magellan e Miguel Yesheyev, e é um espaço mágico e meio surrealista, indicado para relaxar e pensar na vida...
Às vezes o meu avatar precisa destas coisas: tranquilidade e solidão!

15.12.07

UFRAME e Second Life


Foi anunciado o UFRAME - I Festival Internacional de Vídeo Universitário, a realizar na Universidade do Porto em 2008.

E duas boas notícias: uma Secção Especial Second Life, para peças produzidas nesse ambiente virtual, e um Prémio Second Life!

A organização é das Universidades do Porto e de A Coruña.
Alguns tópicos do Regulamento Oficial (também disponível aqui):

"Na sua primeira edição, o Festival Internacional de Vídeo Universitário tem como objectivo estimular a criação de obras originais por parte de estudantes na área do audiovisual. Pretende-se uma ampla participação ao nível das instituições de Ensino Superior, quer a nível nacional, quer internacional. Deste modo, serão criadas as condições necessárias para que os alunos possam usufruir de uma ampla divulgação das suas produções.
ORGANIZAÇÃO
> A Comissão Organizadora do Festival é composta pela Universidade do Porto e pela Universidade da Coruña, integrando também, por convite, outras personalidades de outros estabelecimentos de Ensino Superior.
> A Comissão Executiva será composta, maioritariamente, por elementos da Instituição onde se realiza o Festival.
DATA E LOCAL DO FESTIVAL
> O Festival decorrerá alternadamente nas cidades do Porto e Coruña.
> A I Edição do Festival decorrerá de 1 a 5 de Outubro de 2008, no Porto.
SECÇÕES
> Competição oficial:
> Documentário
> Ficção
> Animação
> Experimental
> Competição especial Second Life
> Participam nesta competição todas as obras produzidas no ambiente virtual Second Life.
> Competição Online (Media light)
> Mobile (filmes feitos a partir de telemóvel, com ou sem edição, com uma duração máxima de 10 minutos)
> 60 seconds (vídeos com uma duração máxima de 1 minuto. O filme, com genérico e créditos incluídos, não deverá ter mais de 10 MB e terá de ser entregue num dos seguintes formatos: .mov, .wmv ou .swf).
PRÉMIOS
> Grande Prémio do Júri à melhor obra integrante da Competição Oficial
> Prémios do público
> Melhor documentário
> Melhor Ficção
> Melhor Animação
> Melhor Experimental
> Melhor Second Life
> Prémio Media Light (votação e entrega online)
> Prémio Fantasporto: os melhores trabalhos serão exibidos na edição seguinte do Fantasporto."

Uma iniciativa aliciante para os estudantes universitários, e, em particular, para os criadores em Second Life, um ambiente cada vez mais reconhecido como plataforma de criação artística de grande potencial.

14.12.07

Sobre texturas em Second Life

Mais uma 'ajuda' de Torley Linden, desta vez sobre como entender e optimizar o uso de 'textures' em Second Life. Sempre ao seu estilo, Torley é um companheiro indispensável para aprender TANTA coisa 'escondida' em SL! Friendly Greetings...


13.12.07

Nascem grandes ideias como cogumelos!

Na 'ilha' da Universidade do Porto em Second Life, como é sabido, foram apresentadas várias propostas para a futura formatação deste espaço institucional.
Vai abrir em breve, e oficialmente, a votação pública nos projectos dos grupos multidisciplinares de alunos da U.Porto.
O resultado do trabalho realizado nos últimos meses por cerca de 60 alunos, está lá, na 'ilha', para ser visto e revisto. Cada grupo partilhou, pela primeira vez, um novo ambiente colaborativo, e interpretou o espaço e as funções como bem entendeu.
Grandes ideias nasceram em pouco tempo como cogumelos!
Aqui fica um clip produzido por um dos grupos concorrentes...

12.12.07

Uma questão de Personalidade

Sarah 'Intellagirl' Robbins é uma polémica residente de Second Life, investigadora e professora na Ball State University (podem saber mais sobre ela aqui, aqui ou até aqui), e Director of Emerging Technologies na Media Sauce.

Além disso, Sarah é uma das dinamizadoras da mailing list de educadores em Second Life.
Por essa via, tive acesso à transcrição de um seu recente diálogo com um interlocutor não identificado, e que me pareceu pertinente reproduzir aqui.

O assunto: Como se expressa a personalidade de um avatar em Second Life? E num MMORPG (jogo online multi-utilizador, como World of Warcraft, por exemplo)?

A conversa parece ter sido acalorada, e, esgrimidos os argumentos, fica mais um tema para reflexão para quem se interessa por estas questões da auto-representação em 'mundos virtuais'...

"Sarah: Second Life tem melhores mecanismos para expressar personalidade e identidade que WOW, LOTRO, Hellgate ou outros MMORPGs...

Interlocutor: Não. Os sistemas como os MMORPGs que oferecem identidades físicas finitas, permitem criar avatares com mais significado, porque as armaduras, as classes de personagens, etc, exprimem mensagens mais profundamente entendidas. Quando dispões de escolhas infinitas, a tua escolha não tem significado.

Sarah: Mas o teu nível da tua armadura permite perceber que cumpriste uma missão, mas não me diz nada sobre o gozo que tiveste, nem se és credível ou criativo.

Interlocutor: O cabelo rosa do teu avatar também não é uma garantia de que podes criar conteúdos. Apenas me diz que podes gastar dinheiro. É como usar sinais exteriores de riqueza na RL para exibir a tua 'personalidade'.

Sarah: E se tiver sido eu a criar o cabelo do meu avatar?

Interlocutor: Eu não sei se foste tu que o criaste ou não quando olho para ti, por isso não importa...

Sarah: Tal como eu não sei se não terás comprado a armadura que dizes que ganhaste...

Interlocutor: Mas é muito mais provável que a tenha ganho...

Sarah: Então as escolhas mais limitadas na expressão do teu avatar garantem mais significado a essas expressões? Isso não faz sentido. É o mesmo que dizer que haiku tem mais significado que uma novela apenas porque o escritor está limitado pela forma...

Interlocutor: A pessoas que criaram Miis que se assemelha a Abraham Lincoln demonstram entender melhor o sistema do que aquelas que se parecem a Abraham Lincoln em SL.

Sarah: Então a explicação de quem és num espaço sintético mostra-se pelo teu domínio das ferramentas de expressão nesse espaço?

Interlocutor: Sim. A tua personalidade expressa-se através das tuas escolhas e toda a gente no sistema entende as opções disponíveis. Em SL as opções são infinitas, e perdem significado. (em SL) um 'bom' avatar pode ser a expressão de uma personalidade, mas para isso necesito de ser uma pessoa que sabe como comprar ou pagar a alguém para criar o meu avatar.
(...)
Qual a tua opinião? Penso ser fácil assumir que SL permite aos residentes expressarem-se melhor através de avatares mais flexíveis, mas também entendo alguns dos argumentos do meu interlocutor. Num MMORPG parece que 'vejo' melhor outro avatar porque posso descodificar o significado das suas roupas, por exemplo. Em Second Life é apenas mais um vestido, um fato, uma roupa de marciano, etc."

E vocês? Consideram o 'aspecto' do vosso avatar um factor de credibilidade e de expressão de personalidade em Second Life? Ou acham que, tal como num MMORPG, a possibilidade de uma escolha limitada de avatares (que resulta dos vossos resultados no 'jogo') contribui para uma mais rápida e eficaz percepção da credibilidade e personalidade de um avatar?

Ballet em Second Life

O 'Second Life Ballet', num dos espaços da IBM em SL, é um dos locais que vale a pena visitar.
Desta vez o bailado chamava-se 'Windows', bem coreografado e encenado.
Aqui fica o breve registo de mais uma manifestação artística que se aconselha vivamente.

10.12.07

Second Life e Simulações

Usar Second Life como um 'simulador', parece estar a tornar-se uma das ferramentas projectuais mais importantes para alguns residentes.
Alguns exemplos já têm por aqui passado, nomeadamente nas áreas científicas e de investigação.
SL pode constituir um ambiente que permite uma rápida e fidedigna simulação de experiências.
Uma das áreas de possível utilização de Second Life como 'simulador' é a Arquitectura...
'Repescado' do blog de Wagner James, aqui fica o exemplo da Bartlett House, um clip que retrata uma experiência para "testar a plataforma Second Life e para ver até onde era possível chegar no apoio ao projecto de Arquitectura a esta escala", tal como explicou Lottie WeAreHere de uma agência londrina.
A referida 'simulação', neste caso como em outros semelhantes, afasta-se da 'replicação' ou 'mimetização', uma vez que, conceptualmente, tem por objectivo testar soluções muito mais complicadas de testar materialmente, e que em Second Life podem acrescentar um valor metodológico significativo ao projecto.

Quando a segunda vida 'entra' na primeira

Chama-se "Second Life meets Real Life", e é um clip produzido por LauraMW12345.
Diz a autora que "foi feito para as aulas de Virtual Environments". A intenção era "fazer com que avatares de Second Life existissem na Real Life". Para isso, foram capturados avatares em Second Life em frente a um écrã verde anteriormente construído. Depois disso, foram utilizados After Effects e Final Cut Pro para eliminar o verde. Em algumas ocasiões foram utilizadas key frames para obter o movimento desejado. Todas as cenas da Real Life foram filmadas em Toronto."

Como resultado, uma experiência divertida que deixa algumas pistas para a produção de curtas em Second Life com a introdução de cenários ou capturas video reais.
Parece ser uma co-existência pacífica...

9.12.07

Linden Lab cria ligações telefónicas

A ligação entre telemóveis e Second Life não é novidade.

A novidade desta vez vem da própria Linden Lab com o seu projecto de implementação de uma tecnologia que permitirá aos residentes receberem chamadas do mundo real, e até utilizarem voice-mail!

Segundo a Linden Lab, a partir do primeiro trimestre de 2008 os residentes de Second Life poderão obter números de telefone 'reais', para onde qualquer pessoa poderá ligar para os contactar. Esta nova tecnologia será implementada em conjunto com o já existente sistema de voz. Segundo Joe Miller, vice-presidente da Linden Lab, este serviço telefónico 'oficial' será compatível com serviços de voice-mail, através dos quais qualquer utilizador poderá ouvir mensagens pré-gravadas, tanto a partir do mundo real (e também via e-mail) como originárias do próprio Second Life.

Segundo a Vivox, que desenvolveu o actual sistema de voz em Second Life desde Agosto deste ano, "alguns avatares 'amam' ter a possibilidade de conversar entre si. Contudo, outros sentem que a voz pode comprometer seu direito ao anonimato. O nosso sistema é, de qualquer forma, um sucesso absoluto, e estamos empenhados em colaborar com a Linden Lab na viabilização deste novo sistema 'Voip', que está a ser incorporado em Second Life. Estamos realmente animados com isso".

Falta ainda saber se o serviço será gratuito ou pago!

(adaptado do post de Mundo Linden)

A montante da decisão da Linden Lab ao desenvolver um sistema de comunicação telefónica da RL para SL, reside a importância da utilização da voz para os residentes de Second Life. Apesar das declarações oficiais da Vivox, uma boa parte da população residente em SL não utiliza a voz. A aproximação a sistemas de comunicação síncrona baseados na realidade, nem sempre parece ser a opção mais desejada pelos residentes. A 'segunda vida' mais uma vez se aproxima da 'primeira' com este tipo de iniciativas... e nem sempre esse é o caminho mais apetecido!

Redes Sociais vestidas de Mundos Virtuais

A Forbes.com cita Christopher Klaus, criador de Kaneva, um mundo virtual (tal como Second Life):

"A chave para o rápido crescimento de Kaneva (800.000 registos desde Março de 2007!) é a acessibilidade. Não se destina a fãs de videojogos, mas a pessoas vulgares. Second Life é muito maior, mas pretende atingir um mercado diferente. Nós procuramos pessoas que nunca utilizaram videojogos. Kaneva encoraja os seus residentes a criar os seus avatares que sejam versões online das suas identidades reais, partilhando fotos pessoais ou listas de hobbies. Second Life, pelo contrário, promove identidades alternativas, incluindo bestas imaginárias."

O que Klaus não disse à Forbes.com, é que Kaneva 'apanha a boleia' das redes sociais online (MySpace, Facebook, Hi5,...) transformando-as num mundo virtual (ou acrescentando-lhe uma representação 3D, se quiserem...).

A proposta de Second Life é, de facto, diferente. Não pelo apelo aos utilizadores de videojogos (como Klaus sugere) nem sequer pelo suposto 'mascarar' das identidades reais. A proposta de Second Life afasta-se de Kaneva porque não pretende ser uma rede social 'vestida' de mundo virtual: não tem objectivos (o que pode ser aterrador ou desmotivador), nem escreve argumentos para serem 'representados' por actores virtuais.
Em Second Life o 'argumentista' é o 'actor'!

A coisa começa a ficar séria

O artigo do Economist.com chamou-me a atenção.
Fala do advento dos mundos virtuais, e nota-se que começa a ser possível escrever alguma história.

Vejam como começa...:

"É um exemplo típico de colonização de uma nova fronteira. Alguns exploradores aventuram-se num novo e inexplorado território. Os primeiros colonizadores chegam e começam a fazer pela vida. O seu sucesso atrai mais colonizadores, e chegam os pistoleiros; finalmente os polícias, os advogados e os cobradores de impostos. Mas o território em questão não é um novo continente: é o ciberespaço, onde dois tipos de desenvolvimento sugerem que os mundos virtuais vieram para ficar: o primeiro é a emergência do comércio em ambientes virtuais; o segundo é o advento dos litígios e da regulação (...)"

...E como acaba:

"Tal como com qualquer nova tecnologia, os mundos virtuais trazem novas oportunidades e novos problemas..."

7.12.07

Os erros dos Media

Podia este post ser sobre 'Os erros dos Media', ou sobre 'Como os Media mudam de opinião', ou até 'As distracções dos Media'...
Tudo a propósito da cobertura que tem sido dada ao 'fenómeno' Second Life durante o último ano.
Avisado por Eggy Lippmann, 'cheguei' ao artigo de Mark Glaser no Media Shift 'Hype and Backlash of Second Life Miss the Bigger Picture'.
Vale a pena ler o artigo de Glaser com calma, e decifrar as incongruências do discurso mediático, por exemplo na Wired, que culminou em Julho deste ano com o já famoso artigo 'Lonely Planet'.
Agora, Chris Anderson da Wired vem a público assumir a contratação de um jornalista para denegrir a imagem de SL, e comprometer-se com o acompanhamento futuro do que se passa em Second Life!!!
A humilde admissão de um erro (por vezes muito grande), ou a tentativa de branquear as contradições descontextualizando o discurso, são coisas que ficam para pensar após a leitura deste artigo.

6.12.07

Mais sobre Campus em Second Life

Na sequência de uma troca espontânea de posts com o blog da Cleo Bekkers, tomei a liberdade de me 'apropiar' do link da Cleo para um clip sobre Oportunidades na Aprendizagem Científica em Second Life. O tema da troca de opiniões tem sido a resposta à pergunta 'Como deve ser um Campus em Second Life?' que lancei recentemente na sequência de opiniões diversas.
Aproveito para referir que a Genome Island sempre foi um dos meus sítios preferidos em SL, pelo arrojo das propostas e dos espaços e pelo rigor dos conteúdos.



Aproveito também para vos convidar a visitarem a 'ilha' da Universidade do Porto em Second Life, onde podem encontrar cerca de 20 propostas muito diferentes para a futura 'ilha' U.Porto, e onde se percebe que, a partir de um mesmo programa, é possível propor a representação e utilização do espaço virtual de formas radicalmente diversas, até opostas...
Muito interessantes, na minha opinião, os trabalhos desenvolvidos pelos cerca de 60 alunos envolvidos, a quem, publicamente, felicito pelas suas ideias e vontade de inovar.
Este Concurso de Ideias (em que participaram equipas multidisciplinares) dá algumas respostas à profícua discussão que temos mantido, enquanto formadores em SL, uma vez que traz à evidência tanto a 'necessidade' de replicação de espaços que são familiares, como a 'vontade' de explorar o metaverse para propor novas formas de comunicação e interacção.
Já agora... qualquer residente pode passar pela 'ilha' e, em breve, saber o que é o UP.cube e votar na proposta de que mais gostar!

4.12.07

Como deve ser um Campus em Second Life?

Uma vez mais Andrea Foster, do The Chronicle of Higher Education, fala de Peter J. Ludlow, um professor de Filosofia na Universidade de Toronto. Desta vez a respeito dos Campus Universitários em Second Life. E lançando uma questão muito polémica!

Universidades de todo o Mundo marcam presença em Second Life para divulgar os seus programas, organizar aulas e conferências online, e realizar investigação. Pelo menos 170 Campus foram criados em SL, como refere um recente artigo do International Journal of Social Sciences.

Mas, segundo o professor Ludlow, aos Campus virtuais falta imaginação, uma vez que replicam as instituições reais. "É isto que querem quando podem 'começar de novo', e não estão limitados pelas leis da Física, e podem construir tudo aquilo que quiserem para melhorar a aprendizagem?", pergunta Ludlow. "Se pudesse criar o ambiente educativo ideal, iria eu duplicar o Edifício 7 e ir trabalhar? As Universidade devem promover a originalidade. Por exemplo, devem criar edifícios digitais arquitectonicamente invulgares."

Jeremy Kemp, da Universidade de San José, expressou uma opinião exactamente oposta na mailling list de educadores em Second Life:

"É um cliché nos dias de hoje torcer o nariz aos edifícios realistas. 'Porquê a preocupação em entrar em Second Life se vamos reconstruir o nosso Campus?". Este é um mau argumento por várias razões:
1. Os estudantes recém-chegados a SL necessitam de ambientes familiares. Quando os nossos estudantes entram em SL, vão invariavelmente ao nosso Campus. A última coisa que queria era induzir desiquilíbrios cognitivos...
2. O Campus em SL como uma actividade promocional: As estruturas 'sem gravidade' com poucas semelhanças com o Campus não criam bons registos fotográficos. E todos sabemos que muita da nossa actividade é promocional.
3. Campus em SL como um espaço polivalente: constatei que os avatares se movem segundo estádios de desenvolvimento - andar, voar e depois controlar a câmara. Claro que Ludlow não está no nível 'andar', mas a maioria dos meus estudantes estão. Usam as portas, respeitam as paredes e até usam as escadas (o que até me 'dá a volta ao estômago').
4. Campus em SL como estatuária: penso que os edifícios realistas são o equivalente, em SL, às estátuas dos 'College Founders' que se podem encontrar em qualquer Campus real. As estruturas reais podem ser desconfortáveis para navegar, no caso das pessoas que já sabem como manobrar um avatar devidamente, mas têm um propósito muito válido.
5. Campus em SL como um laboratório de aprendizagem: nem todos os professores em SL têm como objectivo 'criar edifícios digitais arquitectonicamente invulgares'....
(...)
(Ludlow) pode achar que os nossos Campus são pouco criativos OU regozijar-se com a sua usabilidade e valorização da aprendizagem."

Eu cá acho muito pertinente e actual o esgrimir de argumentos sobre a presença das Universidades em Second Life (como sabem é um dos temas que mais me tem ocupado nos últimos tempos).
Já tentei entender os argumentos 'cognitivos' e de 'envolvimento afectivo' com os objectos sugeridos por Jeremy Kemp, e acho mesmo que consegui entendê-los (se a mimesis fosse entendida como a pura cópia, então seria mais grave...).
Certamente haverá respostas díspares e igualmente válidas, mas as minhas raízes europeias (provavelmente) não me permitem simpatizar com a perspectiva da mimetização dos espaços das Universidades em Second Life.
Aliás, acho mesmo que a ausência de propostas arrojadas e que sujiram novas experiências de interacção com o espaço representado no monitor representará a perda de uma excelente oportunidade de aproveitar tudo o que os mundos virtuais como SL têm para nos oferecer de novo.
E, sobretudo, tenho constatado quão gratificante é para a comunidade académica lidar com novas formas de comunicação e de representação dos espaços.

Os meus colegas portugueses em Second Life que digam de sua justiça...

Peter J. Ludlow, o homem 'assassinado' várias vezes em mundos virtuais

Andrea Foster, do americano The Chronicle Higher Education, conta a história de Peter J. Ludlow aka Urizenus aka Uri.
Vale a pena a adaptação do artigo de Andrea Foster para perceber quem é afinal Peter J. Ludlow:

(Ludlow) tem uma vida audaciosa, mas apenas online. Enquanto personagem digital de nome Urizenus, passeia por mundos virtuais e descreve o regime ditatorial das empresas que os comandam. As suas reportagens podem ser lidas no tablóide que criou na Web, o Second Life Herald. Offline, Ludlow é um linguísta e um pacato professor de Filosofia na Universidade de Toronto. Acaba de lançar um livro que reproduz as suas crónicas e aventuras jornalísticas em The Sims Online e Second Life (...) O livro é 'The Second Life Herald: The Virtual Tabloid That Witnessed the Dawn of the Metaverse' (MIT Press).

Não é fácil gerir duas vidas tão diferentes, e por isso Urizenus, aka Uri, nasceu para permitir que Ludlow se concentrasse num livro sobre linguística. Mas, apesar das suas vidas 'separadas', elas estão de facto relacionadas. Uri disseca os mundos virtuais como um filósofo da política. E enquanto o 'digital' é visto como um estereótipo de entertenimento para nerds sentados em frente ao PC matando monstros, Ludlow está entre o crescente número de académicos que vêm o virtual como algo a estudar.

(...) Das comunidades sociais text-based, Ludlow passou para The Sims. O jogo encoraja os utilizadores a criar famílias alternativas online, empregos e casas.

Como refere Ludlow no seu livro, a mentira, o crime, e os conflitos que proliferam nos mundos virtuais são um espelho da vida real. Na comunidade Alphaville em The Sims, por exemplo, Uri conheceu Evangeline, que trazia os novatos no jogo para a sua propriedade, Free Money for Newbies. Uri visitou o espaço, e percebeu que Evangeline tinha tudo menos uma obra de caridade. Dedicava-se a extorquir aos recém-chegados o seu dinheiro virtual.

Também descobriu que Evangeline dirigia um ciber-bordel. Na vida real, relatou Uri, a pessoa 'por trás' de Evageline era um jovem que levava outros jogadores menores de idade a oferecerem os seus avatares para sexo virtual em troca de dinheiro virtual, depois convertido em moeda real. No seu primeiro jornal online, o Alphaville Herald, Uri acusava a Electronic Arts Inc., proprietária de The Sims Online, por 'ignorar' o negócio do sexo. A Electronic Arts não gostou do 'jornalismo' de Ludlow, e cancelou a sua conta em The Sims em Dezembro de 2003. O seu avatar, escreve, foi efectivamente assassinado.

A Electronic Arts disse a Ludlow que a sua conte tinha sido cancelada por ter violado as regras de The Sims ao associar o Alphaville Herald ao seu perfil online (!). (...)

O professor registou-se em Second Life e ressuscitou Uri. Continuou a escrever e a fazer reportagem, mudando o nome do seu jornal para Second Life Herald em Junho de 2004.

(..) Uri, um 'emigrante' em Second Life, encontrou alguns dos antigos utilizadores de The Sims. Em Second Life, acreditavam que os utilizadores tinham mais controlo sobre a estética e as actividades no mundo virtual. A Linden Lab encoraja os utilizadores a criarem os seus próprios objectos digitais. (..) Em Second Life, Uri é uma versão jovem e musculada de Ludlow, que na realidade tem 50 anos.

No entanto Uri constatou alguma semelhança entre Second Life e The Sims: Linden Lab, foi tão autocrática quanto a Electronic Arts, quebrando as suas próprias regras para os utilizadores que mais gostava, e Ludlow registou a sua tristeza no Herald.

Numa das suas reportagens, Uri, num bunker subterrâneo, foi atacado e 'assassinado' enquanto observava um combate. Ressuscitou (como acontece nos mundos virtuais) mas foi de novo atacado. O atacante: um membro de uma milícia que preencheu a sua propriedade com objectos que atacavam e 'assassinavam' outros avatares.
Um representante da Linden Lab interveio para resolver a disputa e, para espanto de Uri, colocou-se ao lado do atacante, alegando que este podia fazer aquilo que quisesse na sua propriedade em Second Life.

(...) Ludlow chama a atenção aos residentes para que tenham em atenção estas situações, uma vez que os mundos virtuais estão cada vez mais interligados com a vida real. "Nada de novo está a ser feito" na forma como os 'governos' dos mundos virtuais são estruturados, diz numa entrevista. "É apenas um conjunto de código implementado no software desses 'mundos' por um qualquer engenheiro de software sentado num cubículo no meio do edifício da empresa."

Ludlow associa o seu trabalho académico em filosofia com a exploração dos mundos virtuais, que diz ser apenas um hobby. (...) Ludlow compara o estabelecimento de mundos virtuais com a Revolução Americana e a com a fundação dos Estados Unidos. O ciberespaço necessita de grandes pensadores que formulem as estruturas de governação, afirma, tal como Thomas Jefferson na Declaração da Independência.

Os mundos virtuais levantam também algumas questões sobre o que é 'real', do ponto de vista filosófico. Num artigo de Setembro de 2006 no jornal Philosophical Issues, Ludlow argumenta que não existe uma separação clara entre a ficção e a realidade.

(...) Será que, então, Uri é tão 'real' como Ludlow?

Catherine A. Fitzpatrick, que colaborava frequentemente com o Herald com o avatar Prokofy Neva, afirma que Uri e Ludlow são, de facto, uma e a mesma 'pessoa'. Mas as suas personalidades diferem, afirma: Uri é vocal, Ludlow taciturno.

"(Ludlow) está muito atento às histórias das pessoas e amplifica-as, dando-lhes poder," afirma Fitzpatrick, uma tradutora de russo em Nova Iorque que gere um negócio real de venda de propriedades em Second Life.

Edward Castronova, professor na Universidade de Indiana em Bloomington, e que é economista, suspeita que Ludlow menospreza a relação entre os seus dois tipos de funções, uma vez que receia não ser tomado a sério enquanto académico.
"E está provavelmente certo," afirma Castronova. "Provavelmente quer que o seu livro venda muito, mas que nenhum dos seus colegas saiba sequer que alguma vez foi escrito."